31/08/2008

as crianças

O título do post não assume nenhuma tendência mais estranha porque, felizmente, não tenho problemas a esses níveis.
O delírio literário deriva apenas numa tendência para a paternidade e consequente eliminação de toda a sanidade mental associada.
Garanto que não há nada mais divertido que três macacos a desenvolverem uma espécie de ASP sádico no último fim de semana de Agosto, enquanto uma criança corre à nossa volta, em pânico (eventualmente por causa do ASP.net) chamando pelo pai.
E enquanto isso, um dos macacos sorri pacientemente, ouvindo uma espécie qualquer de batida bem pesada no seu mp3, sussurando que nunca vai ter filhos; o outro macaco, mais velho, stressa no seu desespero de tentar concluir a sua actividade semi-masoquista enquanto arranja o leitinho da tarde; no final, está este pato, a ver o que o esperará um dia (sem a parte do ASP, espero...).
O acompanhamento, é bafejado por um DVD da Cinderela e um carrinho que toca a música dos palhacinhos.
O que passa ali mesmo no limite da consciência real e nos leva ao plano da alteração lógica dos dados, é mesmo a capacidade que uma criança tem de transformar uma simples argola de Filipinos numa massa castanha inconsistente que lhe barra toda a cara. E as mãos. É assustador, mas é bonito.
Reparei no outro dia, na praia, que já não são os pais que as levam a brincar na areia... são os tios, o que é altamente.
"Oh tio, quero ir à água!", "Tiaaaaa, agora quero água!", "Tio, quero o balde", "Tio, tio, tio, quero a camisooooooolaaaaa"; lol.
Cheira-me que os tios nunca sabem no que se metem.
De qualquer forma, e falando muito a sério, é sempre brutal podermos passar uma tarde a ouvir os ratinhos a cantar que "a Cinderelaaaaa, é a miúda láaaa do baileeeee", enquanto o pai da criança canta baixinho que "a Cinderelaaaa é uma cabra máaaa"; sempre contrasta com a banda sonora dos X-Files que, após duas semanas de séries, já começa a assombrar-me os sonhos. Ou pesadelos.
O brutal nos putos é o facto de serem totalmente imprevisíveis. Conseguimos estar a tarde toda a bater linhas de código num editor de texto, foi algo que aprendemos na faculdade. Contudo, nenhuma faculdade nos ensina qual o próximo passo da criança, mesmo antes de aterrar em cima dos bolinhos de chocolate.
O que queres ser quando fores grande? Papá, sem dúvida.

2 comentários:

RN disse...

Este post está muito feliz!...

O pai da dita criancinha promete que não volta a sujeitar os demais patos a tentativas de trabalho em semelhantes condições (ou falta delas).

De facto, histerismo e programação não são actividades lá muito compatíveis.

Pato Marques disse...

Não interpretes mal, não estava a ser irónico.
Achei mesmo um piadão a todo o universo envolvente, lol.
O histerismo e a programação até se conseguem conciliar; pior é a nossa capacidade de histerismo aplicacional ou, por que não, programação histérica :P