13/08/2008

emoções

Infelizmente, por estar de férias, vejo-me obrigado a acompanhar mais atentamente as merdas que vão passando na antena da minha televisão.
Na manhã passada, assisti incrédulo à modalidade mais fascinante e emocionante dos Jogos Olímpicos: o badminton.
A sério... só consigo maior excitação a ver o Campeonato Internacional de Olhar Fixo. Ora, ele lança o volante e... lá vai ele a subir... fantástico! Sim... continua a subir... mais um pouco... ok, está agora a descer... hum... era capaz de dar para ir dar a mijinha... ah, lá está, mais um toque! Aí vai ele novamente a subir...
É simplesmente brutal! Porreiro mesmo era trocarem o volante por um balão e andarem por ali a dar toques.
Quinze minutos depois (e dez toques) e a malta encontra-se a dormir.
Desde segunda-feira que tenho apanhado uns desenhos animados porreiros na 2:. Contudo, ainda não consegui topar a hora a que aquela merda passa logo, nunca vejo a abertura e não sei o nome do programa.
Se alguém quiser ajudar a esclarecer-me, há um gajo tipo monge, um macaco que voa chamado Simão, um porco que fala e um outro bacano barbudo. Pelo que percebi, andam em peregrinação algures pelo Oriente.
Até aqui tudo bem. Creio é que o autor dos bonecos deve ter sérios traumas com o sexo feminino. É que já é o terceiro episódio que vejo e o vilão é sempre uma mulher. Temos a Bruxa-Escorpião, a Rainha Aranha, as irmãs maléficas da Rainha Aranha, as mulheres más da Cidade das Mulheres... tipo... o gajo tem mesmo problemas. Ou então é rabeta.
Já os telejornais são bem mais interessantes. Aparentemente, continua a ser bem mais porreiro falar do gajo que assaltou o BES e que, subitamente, passou a ser uma vítima inocente da maldade da sociedade do país de acolhimento que da guerra que bate à porta da Europa.
Mas o que fascina mesmo são as estatísticas. A morbidez associada à contagem diária... bem, quase que dava para fazer apostas. "E para amanhã, quantos mortos?"
Ainda não apanhei um dia em que não façam a habitual contagem de Agosto de mortos e a comparação com "igual período do ano passado".
Outro sinal da mudança dos tempos é a Volta a Portugal.
Será impressão minha ou a Volta a Portugal em Bicicleta já é tudo menos Volta a Portugal e em bicicleta?
Para começar, o conceito de 'volta' implicaria que se desse a volta efectiva a Portugal, o que não acontece; depois, é maior o tempo ocupado a ver o Zé Manel a cantar com as Marias Ermelindas a dançar semi-nuas (com a celulite e umbigada a voar) que efectivamente a ver rabos no ar e pés a pedalar; finalmente, ficamos sem saber ao certo quais as equipas, quais os ciclistas e quais os percursos... em contrapartida, toda a gente sabe que o patrocinador da peitaça das moças que por lá andam é mesmo a EDP. Aquelas camisolas vermelhas devem contar muitas histórias...
É deprimente.
Quando eu era mesmo, mesmo, pequenino, passavam a Ana Malhoa na televisão; depois, em plena puberdade, mudaram de apresentadora e tínhamos a Marisa Cruz a dar espectáculo... agora que um gajo já é crescido, levamos com o Manuel Luís Goucha e com o gajo narigudo na RTP. Não é justo.
Andam anos a fermentarem-nos as hormonas e depois obrigam-nos a ficar agarrados ao pau. Ou ao comando da televisão... por aí...

Última referência da tarde: devo ficar preocupado com o facto do enfermeiro do posto de enfermagem cá do sítio, piscar-me os olhos em demasia e lançar-me um olharzinho carinhoso e uma vozinha melada? Ando com uma dúvida existencial do caraças... aquela merda assusta-me e sempre que lá vou só penso em partir-lhe o focinho.

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