16/08/2008

a imensidão

Ainda não consegui perceber se é a vida que é injusta, se somos nós que somos injustos com a vida ou se são as pessoas das nossas vidas que promovem alguma injustiça nas injustiças da vida.
Não podemos ser o que somos ou fazer o que fazemos mas, acima de tudo, não podemos é conseguir o que queremos, o que torna tudo complicado e enervante.
Parece ser simplesmente inaceitável para a sociedade e para a vida ou para as pessoas. Sobretudo, porque somos capazes de fazer tudo pela vida mas, na realidade, estamos é enfiados no poço, cobertos de merda até à ponta dos cabelos.
A ideia base é deixarmos de existir e passarmos a ser espectros que vagueiam nesta imensidão procurando algo em concreto mas afastando-se sempre que se alcança qualquer coisa. Isto não visa ser nada de filosófico (e também não bebi nada marado).
Preocupante é a semelhança com a merda em que o Tântalo se meteu. Ou o outro gajo da pedra que rolava monte abaixo e do qual não me recordo do nome porque estou demasiado velho ou queimado.
O peluche que tenho no carro começou esta semana a falar comigo.
Anda com os olhos esbugalhados e grasna qualquer coisa da chapeleira.
Até aqui tudo normal. Pelo menos, o gajo até ajuda a estacionar o carro.
Grave é o facto de eu ter também começado a falar com ele.
Sim, porque toda a problemática é, não bidireccional (como as antenas receptoras-emissoras wi-fi) mas sim unidireccional, sendo que a cena deixa de gozar da comutatividade.
Serei louco? Estarei passado?
É possível, mas apenas o peluche o poderá afirmar. Ou não.

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