26/08/2008

españa marca

Nos confins do universo, sempre há uma voz amiga que se ergue.
Aqui entre nós, odeio os espanhóis. Não a civilização, mas abomino-os em termos de 'cliente'. Ao menos uma vez que se esquecessem do meu número, do meu email.
Bem vistas as coisas... tipo, tanta boa gente que se limita a ignorar-me, por que não os vizinhos da fronteira a fazerem-no também...?
Podiam bloquear-me no messenger, era simpático.
Isolarem-se completamente do serviço de Tech Support.
Deixaria de existir o número de telefone do técnico Pato, o email do técnico Pato, o suporte online do técnico Pato... por que não erguerem também uns muros bem altos, meterem o IT Tech Support lá dentro e encherem de água? Eram capazes de achar piada.
O ser humano é feito de extremos. Somos capazes de morrer à espera de um qualquer sinal, e não temos contacto; depois temos os tipos que dispensávamos e que não nos largam nem para irmos almoçar.
De facto, as cenas dos fusos horários são interessantes. Os castelhanos partem do princípio de que temos a mesma gestão horária deles... Para vivermos no universo paralelo em que habitam, deveríamos começar o dia às 8 da manhã, não almoçar e resolver os problemas até às 15, momento em que se dá a debandada geral em terras de Espanha (horário de verão... cabrones).
O que dá um gozo tremendo é o facto de até existirem técnicos locais; mas o técnico que dá suporte aos técnicos locais, atende remotamente através do seu pequeno mundo. É frequente ter de fazer de ama-seca aos cocós. Invariavelmente, tendo a injectar cafeína em doses brutais para me manter minimamente civilizado, enquanto arranho o castelhano e lhes forço o inglês.
Hoje, tive uma deliciosa supresa.
Pahhhh, logo a seguir ao "Hola, buenos dias. Que tal?", surge uma voz do lado de lá dizendo em perfeito sotaque de Camões: "Podes falar em português...".
Bom, antes de mais, isto até tem um quê de Private Joke que me fez sorrir de imediato. Afinal a expressão (apesar de não ser igual, mas sim semelhante) teve o seu quê de piada quando bem comparada com o episódio exacto.
Seja como for, a voz bem brasileira (ok... a língua é portuguesa... do Brasil, mas é) permitiu-me odiar um bocadinho menos os nossos irmãos de Castela.
Bom, na realidade fez-me odiar um nadinha os irmão também do lado de lá do Oceano. O gajo passou o dia a telefonar-me. Mas do mal o menos.
Mais um exercício giro. Tentem fazer uma viagem de avião, profundamente cansados do trabalho da noite anterior, pensando apenas durante o embarque em sentar na asa e ronhar profundamente. Quando dão por vocês, têm um velhote espanhol ao vosso lado com um gato que não para de miar. E, de uma forma bem extrovertida o gajo começa a falar convosco e a dizer o quão é apaixonado por Lisboa.
Meu Deus... é que por um lado um gajo só quer dormir e descansar os 50 min da viagem; mas por outro o tipo começa a puxar-nos pela língua quando começa a referir-se à linda cidade que habitamos.
E depois quando começa a picar o nosso lado bairrista... bom, aí sim, perdemos completamente o sono. "Alfama?????? Oh desgraçado, mas já alguma vez viste o nascer ou o pôr-do-Sol numa das colinas da Graça????" (aproveito para relembrar que a foto do cabeçalho do blog Selections From Duckland foi tirada no mirante da Igreja da Graça, lol)

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