31/08/2008

devaneios

Todos os problemas que nos forçam o delírio existencialista assumem graves proporções literárias a partir do momento em que detectamos que a falha semântica se encontra ao nível do ponto de esforço da cadeia alimentar.
Estamos todos a boiar na profundidade das minhas palavras, certo?
A noite é longa e vamos ter tempo para isto.
O ponto que determina a questão base, fulcral e omnipresente de todo o meio envolvente encontra-se efectivamente em tudo o que não percebemos mas temos a ousadia de comentar.
Aqui e ali, há sempre a oportunidade de enfiarmos tudo na merda, por um pensamento que, por muito estúpido que fosse, abrimos a boca para o referir.
Tipo... o que tem o seu quê de piada nisto tudo é acordarmos um dia pela manhã e dizermos para nós próprios que nunca iremos enganar ninguém, que seremos a partir daquele momento completamente honestos e que honraremos sempre a nossa pessoa e a de todos os outros, dizendo sempre aquilo que pensamos, defendendo a nossa teoria, por muito irracional que seja.
Depois, saímos à rua todos contentes, vemos um agente da autoridade a rondar o nosso carro sem motivo aparente e, julgando que nos vai bloquear a viatura, saltamos-lhe para cima (do agente, não do carro). O resultado é evidente e estará algures entre a prisão preventiva e alguns anos de cadeia.
A cadeia alimentar é algo de surpreendente, no sentido de que não estamos efectivamente no topo da mesma. Estamos no topo da pirâmide, é um facto, mas não nos encontramos no vértice da mesma.
De facto, o objectivo essencial é fazer-nos acreditar que não controlamos nada e que somos meros espectadores num universo (que tem curvatura... Einstein falava disso) mas que por fazer parte de um bem maior que é o universo composto pelos vários universos, deixa de nos deixar reter o poder da situação.
O equilíbrio é o factor-chave para estas cenas.
O facto de existirem opostos para tudo, implica que existam sempre um par de caminhos a tomar.
Dessa forma, nem tudo o que se assume como correcto é o efectivamente certo, nem o que não é certo é completamente errado.
Na obra "Vinte Horas de Liteira", de Camilo Castelo Branco (que, só para que saibam, nasceu em Lisboa, e não em Castelo Branco...), um dos capítulos refere um episódio engraçadíssimo - digo eu - de um cavaleiro que, com a sua dama, decide pernoitar numa estalagem. O casal tem um arrepiante encontro com a morte, quase transformando-os em esqueletos e levando-os a abandonar o descanso o quanto antes, devido a uma praga de percevejos que abundam na cama que lhes é alugada.
O problema que aqui se impõe é o do caveleiro assumir ou não a responsabilidade da paragem, tentando adivinhar o caminho na escuridão profunda, ou arriscar o roer das costas de ambos pelos enviados do mundo das sombras. Não procuro tomar partidos nem arranjar mais teorias sub-desenvolvidas mas, há quem diga, que os percevejos são um exfoliante natural.
O meu portátil anda há já uns tempos em esforço acrescido. Na minha insónia habitual, ouço-o a meio da madrugada (agora, por exemplo) a trabalhar com a ventoinha no máximo... analisando profundamente a situação, reparei que o anti-vírus que tinha instalado estava a processar uma carga de 47.000 K
na memória. Então, desinstalei o dito cujo e tratei de colocar um outro sistema anti-vírus. Efectivamente, a coisa melhorou... agora já só tenho 45.000 K a serem compulsivamente sugados através do On Real Time Scan desta merda. O que importa, não é efectivamente a melhoria de 2.000 K em relação ao sistema anterior, mas sim a possibilidade de oportunidade que dou à nova configuração para que consiga manter os níveis de estabilidade e segurança, sem colocar a ventoinha do cooler da CPU a rolar como se de uma turbina se tratasse.
Recordo-me apenas vagamente das aulas de História com a Dra. Isabel e daquele ano em que estudámos a Civilização Egípcia.
Quando a malta morria, o coração era pesado e comparado com a massa de uma pena... se fosse superior, o gajo era devorado por uns tipos da Lacoste que por lá andavam.
Vou compreender a ideia de que se trata de algo superior à nossa valorização física e não tentarei fazer qualquer tipo de observação relativamente ao facto de um gajo que está morto, ir ser devorado por crocodilos do Nilo. Sobretudo quando ele pode ter ido lá parar, efectivamente por ter sido devorado por crocodilos do Nilo... seria estupidamente irónico.
Na visão mais pessimista da verdade, arrancavam-lhe o coração com ele bem vivo, julgavam os seus erros e atiravam-no a um poço bem fundo, ficando a produzir toxinas para as águas do Nilo pelos anos seguintes.
Mesmo para acabar... o Porto empatou com o Benfica. Não pensavam que me esquecia, não...?
Onde anda agora o Ouro Olímpico? (lol)

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