30/06/2008

julgamento

O que tem graça em tudo isto? Nada.
Algo demasiadamente complicado para poder ser facilmente explicado, e onde não haveria sequer palavras para proceder a uma explicação efectivamente coerente.
Dói? Yaaah, mas podemos sempre enfiar o dedo bem fundo na ferida para ver se deita ainda mais sangue.
Como pode o inexplicável ter solução? Nem eu sei... só achava agradável existir uma conclusão específica e pormenorizada.
Fica-me sempre a soar aos técnicos da Opel. Quando o rádio deixava de funcionar após estacionar ao sol, eles diziam-me que era normal. Eu retorquia dizendo-lhes que não tinha comprado um carro em que o rádio morria se estivesse ao sol. Eles sempre afirmaram que era uma coisa normal, porque o sensor de calor ficava muito à frente do tablier e que ao aquecer o rádio entrava em safe-mode. O que é certo é que depois de lá deixar o carro, nunca mais voltou a acontecer.
Já lá vai um ano.
Concluo que tudo tem de ter uma explicação. Só que a explicação mais óbvia (e a que defendemos mais vezes) nem sempre é a explicação real.
É um bocado como quando temos a sala de servidores a arder e afirmamos a pés juntos que não se passa nada.
Gosto das coisas bem explicadas. Dói mesmo muito quando vou à Opel e fazem de mim parvo.
De qualquer forma, não me queixo.
O Corsa foi e sempre será uma escolha minha. E podendo voltar atrás, não trocaria o Corsa nem pelo mais vistoso dos Ferraris. Um tipo sabe sempre no que se mete, mesmo que não o assuma.
Hoje, pode não pegar... amanhã, pode ter a centralina marada... mas, no dia em que se dignar a funcionar a 100%... bom... é de aproveitar e de agarrar o volante enquanto se pode.
Suponho que os Corsas sejam como as mulheres. Na volta são as mulheres que são como os Corsas.
Já não sei.
Mesmo que ele nunca o compreenda, partilho a sua dor sempre que o enfio num buraco; sinto um aperto no coração sempre que os seus pneus se esmagam contra um passeio ao estacionar; sorrio com a sua alegria, sempre que o sopro do turbo ecoa debaixo do capot... mesmo que ele não o queira entender, mas as coisas são como são.
Se não tivesse comprado o carro quando comprei... se apenas o comprasse agora... escolheria o mesmo.
De facto, e sempre que o conduzo, não é dos pequenos problemas que me recordo, mas sim dos bons momentos que partilhamos.
Só queria que por momentos também ele constatasse o mesmo.

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